O que pode causar a morte do bebê na reta final da gestação?

Recentemente, o mundo ficou abalado com as tristes notícias envolvendo Micheli Machado, de 44 anos, e Tati Machado, de 33. As duas perderam seus bebês nos momentos finais da gravidez, uma fase que deveria ser repleta de expectativas e alegrias. O sentimento de perda é avassalador, e a situação deixou muitos fãs e outras mães em estado de choque, refletindo sobre a fragilidade da vida.

O Que Acontece Durante a Morte Fetal Intrauterina?
Quando as mães perceberam que não sentiam mais os movimentos dos seus filhos, procuraram atendimento médico imediatamente. Infelizmente, os exames confirmaram o que ninguém gostaria de ouvir: os batimentos cardíacos dos bebês haviam parado. O Dr. Paulo Noronha, um ginecologista e obstetra respeitado, explica que a morte fetal intrauterina é um evento obstétrico raro, mas extremamente devastador para as famílias afetadas.

De acordo com o Dr. Noronha, o risco de um óbito fetal aumenta à medida que a gestação avança, especialmente após 42 semanas. Estudos mostram que, em gestações a termo e sem complicações, esse risco é de aproximadamente 1,1 a 3,2 casos a cada mil gestações.

Fatores de Risco e Causas da Morte Fetal
Embora haja literatura sobre o tema, muitos estudos ainda não conseguem identificar claramente os fatores que contribuem para a morte fetal em gestações de risco habitual. No entanto, algumas condições podem aumentar esse risco, como:

Diabetes gestacional não controlada
Hipertensão
Feto com restrição de crescimento
Gestação através de fertilização in vitro (FIV)
Algumas trombofilias
A Dra. Paula Fettback, também ginecologista e obstetra, complementa que a idade materna, por si só, não é um fator de risco significativo para óbitos fetais. As principais causas que podem levar à morte de um bebê na reta final incluem complicações como pré-eclâmpsia, diabetes gestacional, insuficiência placentária e malformações.

Ela salienta que, em muitos casos, a origem do problema continua desconhecida. Causas como nós no cordão umbilical ou a presença de mecônio (quando o bebê libera fezes no líquido amniótico antes do nascimento) devem ser consideradas como diagnósticos, mas a verdade é que, muitas vezes, as razões para a perda permanecem um mistério.

A Importância do Pré-Natal
O Dr. Paulo enfatiza que um acompanhamento pré-natal adequado é essencial para tentar minimizar os riscos associados à gestação. A realização de ultrassons obstétricos, especialmente com Doppler, pode ajudar a identificar sinais de sofrimento fetal. Além disso, é crucial que as gestantes tenham acesso a um suporte emocional e psicológico adequado durante toda a gravidez.

Embora não haja recomendações na literatura médica que aconselhem a indução do parto antes de 39 semanas para evitar a morte fetal, a maioria das diretrizes sugere que o parto seja induzido a partir de 41 semanas, uma vez que os riscos aumentam após esse período.

Apoio Emocional em Momentos de Luto
Diante de uma situação tão dolorosa, o apoio emocional é fundamental. O Dr. Noronha destaca a importância de informar as mães e os pais com empatia, permitindo que eles processem a dor da perda e, se desejarem, tenham um momento de despedida com seus bebês.

Essa experiência é um lembrete poderoso da fragilidade da vida e da necessidade de apoio mútuo durante os momentos mais difíceis. Se você ou alguém que você conhece está passando por uma situação semelhante, não hesite em buscar ajuda e apoio emocional. Conversar com profissionais e grupos de apoio pode fazer toda a diferença.

Por fim, é essencial que a sociedade olhe para essas questões com mais atenção e compaixão. Cada história de perda é única e merece ser tratada com o respeito e a seriedade que a situação exige.

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