Faleceu nesta quinta-feira, 3 de outubro, o jornalista, locutor e apresentador Cid Moreira, aos 97 anos. Ele estava internado em um hospital em Petrópolis, no Rio de Janeiro, onde tratava de uma pneumonia. A notícia da morte de Cid Moreira marca o fim de uma era na televisão brasileira, sendo ele um dos rostos mais emblemáticos e conhecidos do país, especialmente por sua longa trajetória como âncora do Jornal Nacional, da Rede Globo. Sua voz grave e inconfundível se tornou uma marca registrada, eternizando-o como uma figura icônica da comunicação no Brasil.
Cid Moreira ficou conhecido por seu trabalho no Jornal Nacional, o telejornal mais assistido do país, que ele apresentou por mais de duas décadas. Segundo registros do Memória Globo, Cid Moreira esteve à frente do JN cerca de 8 mil vezes, tornando-se uma referência em credibilidade e profissionalismo no jornalismo televisivo. A presença de Moreira nas noites dos lares brasileiros foi marcante e consolidou sua posição como um dos principais nomes da mídia nacional. Sua carreira, no entanto, não se restringiu à televisão; o locutor também teve uma trajetória de sucesso no rádio, meio onde iniciou sua carreira.
Nascido em Taubaté, no interior de São Paulo, em 1927, Cid Moreira começou sua trajetória no rádio em 1944. Com apenas 17 anos, ele foi incentivado por um amigo a fazer um teste de locução na Rádio Difusora de Taubaté, onde foi aprovado. Entre 1944 e 1949, ele atuou principalmente como narrador de comerciais. Seu talento logo chamou a atenção de emissoras maiores, e ele se transferiu para São Paulo, onde passou a trabalhar na Rádio Bandeirantes e na Propago Publicidade, abrindo caminho para novos desafios profissionais.
O ano de 1951 marcou uma grande virada em sua vida, quando Cid Moreira se mudou para o Rio de Janeiro. Na capital carioca, foi contratado pela Rádio Mayrink Veiga, uma das mais importantes da época. Foi nessa emissora que ele começou a ganhar visibilidade e, entre 1951 e 1956, teve suas primeiras experiências na televisão. Nessa fase, Cid Moreira começou a apresentar comerciais ao vivo em programas da TV Rio, como “Além da Imaginação” e “Noite de Gala”. Esse período marcou o início de sua transição para a televisão, onde, anos mais tarde, alcançaria o auge de sua carreira.
A carreira de Cid Moreira foi marcada por inovações e por sua habilidade de se adaptar às mudanças no cenário da comunicação. Além de seu trabalho na televisão, ele também é lembrado por sua atuação como locutor de importantes eventos e produções, incluindo a narração de versões em áudio da Bíblia, que se tornaram extremamente populares. Sua voz potente e serena conquistou não apenas o público brasileiro, mas também gerou grande reconhecimento internacional. Moreira, ao longo de décadas, consolidou sua imagem como uma figura de confiança e respeito na mídia.
Mesmo após sua aposentadoria do Jornal Nacional, Cid Moreira continuou ativo no cenário da comunicação. Ele participou de diversos projetos, tanto na televisão quanto fora dela, mantendo uma carreira longa e produtiva. Seu legado vai muito além das câmeras; sua contribuição para a história do jornalismo e da locução no Brasil é inegável. Ao longo de mais de sete décadas de trabalho, ele construiu uma trajetória que inspirou e ainda inspira muitos profissionais da área.
A morte de Cid Moreira é um momento de grande perda para a comunicação brasileira. Aos 97 anos, ele deixa um legado inigualável, marcado pela ética, dedicação e talento. Sua longevidade profissional e pessoal será lembrada por gerações. Cid Moreira não foi apenas um jornalista; ele foi um ícone cultural, uma presença que marcou a vida de milhões de brasileiros, seja nas notícias transmitidas pelo Jornal Nacional ou nas narrações que emocionaram públicos em diferentes épocas. Sua voz será eternamente lembrada.