
Homem morre após comer camarão na praia de Florianópolis: choque anafilático foi causa da tragédia
Canasvieiras, um dos destinos turísticos mais populares de Florianópolis, foi palco de uma tragédia na tarde da última quinta-feira (23). Um homem de 37 anos morreu após sofrer um choque anafilático ao ingerir camarão. O caso mobilizou moradores, socorristas e deixou a comunidade local consternada.
O incidente ocorreu por volta das 14h, na Rua Madre Maria Villa, uma via que leva diretamente à praia de Canasvieiras. Identificado como Adriano Goettems, natural de Selbach, uma cidade com cerca de 5,1 mil habitantes no norte do Rio Grande do Sul, o homem estava em um momento de lazer quando o inesperado aconteceu. Sua esposa relatou ao Corpo de Bombeiros que Adriano passou mal logo após ingerir o fruto do mar.
Tentativa de socorro e evolução trágica
De acordo com informações do Corpo de Bombeiros, quando os socorristas chegaram ao local, Adriano estava deitado na calçada e em parada cardiorrespiratória.
Testemunhas que estavam próximas buscavam ajudar, realizando massagens cardíacas enquanto aguardavam o resgate. Apesar dos esforços, a equipe não conseguiu reverter o quadro, e o óbito foi constatado no local.
O caso chamou a atenção não apenas pela gravidade, mas pela rapidez com que o choque anafilático evoluiu. Segundo especialistas, reações alérgicas graves podem levar a óbito em questão de minutos, caso não sejam tratados de forma adequada e imediata.
O que é o choque anafilático?
O choque anafilático é uma ocorrência alérgica extrema e potencialmente fatal, que pode ser desencadeada por alimentos, medicamentos, picadas de insetos ou outros alérgenos. No caso de Adriano, o consumo de camarão foi o gatilho. Durante uma ocorrência desse tipo, o sistema imunológico entra em um estado de hiperatividade, causando sintomas como dificuldade para respirar, inchaço na garganta, queda brusca da pressão arterial e, em casos mais graves, parada cardiorrespiratória.
Segundo os médicos, o tratamento imediato inclui a administração de epinefrina, conhecida popularmente como adrenalina, um medicamento que pode salvar vidas ao reverter os efeitos da ocorrência alérgica.
No entanto, muitas pessoas não têm acesso a esse recurso ou sequer sabem que possuem alergia a determinados alimentos, o que aumenta o risco de fatalidades.
Repercussão local e alerta sobre alergias alimentares
A morte de Adriano chocou moradores e turistas que estavam em Canasvieiras no momento do incidente. “Foi muito triste ver aquilo acontecer. Todo o mundo ajudou, mas era uma situação muito grave”, contou uma testemunha que preferiu não se identificar.
O bairro, que costuma ser lembrado por suas praias paradisíacas e movimento intenso durante a temporada de verão, viveu momentos de tensão.
O caso também levanta um alerta importante sobre a necessidade de conscientização em relação às alergias alimentares. Segundo dados da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), cerca de 10% da população brasileira apresenta algum tipo de alergia alimentar, e os frutos do mar estão entre os principais desencadeantes de reações graves.
Mesmo pequenas quantidades podem ser suficientes para provocar um choque anafilático.
Especialistas recomendam que pessoas com histórico de alergias carreguem sempre um kit de emergência contendo epinefrina injetável e evitem consumir alimentos que possam oferecer risco.
Além disso, os estabelecimentos que servem comida, especialmente em áreas turísticas, devem estar preparados para lidar com emergências desse tipo.
Homenagens e despedida
Adriano, descrito por amigos e familiares como uma pessoa alegre e dedicada, era natural de Selbach, uma pequena cidade gaúcha onde era muito querido pela comunidade. Sua morte gerou uma onda de comoção em sua cidade natal, com diversas manifestações de apoio à família nas redes sociais.
“É difícil acreditar que uma simples refeição resultou em uma tragédia tão grande. Ele era uma pessoa incrível, que sempre levava alegria por onde passava. Estamos todos devastados”, disse um amigo próximo da vítima.
A família optou por realizar o velório e o sepultamento em Selbach, onde Adriano cresceu e manteve laços ao longo da vida.
Prevenção é o melhor caminho
Casos como o de Adriano servem como um alerta importante para a necessidade de diagnóstico precoce e manejo adequado de alergias.
Reconhecer os sinais de uma ocorrência alérgica e agir rapidamente pode salvar vidas. Além disso, é fundamental que pessoas com alergias conhecidas compartilhem essas informações com amigos e familiares, garantindo que todos saibam como agir em situações de emergência.
Num país onde a gastronomia é tão diversa e cheia de sabores como o Brasil, é essencial lembrar que alimentos inofensivos para uns podem ser perigosos para outros. A tragédia em Canasvieiras deixa uma lição dolorosa, mas importante: a conscientização pode evitar que casos como esse se repitam.