Internado há mais de 20 dias, Fausto Silva, 73, recebeu a indicação médica para um transplante cardíaco. O apresentador, que está em diálise e necessitando de medicamentos para ajudar na força de bombeamento do coração, já foi incluído na fila de transplantes — organizada pelo SUS e com critérios que minimizam prioridades baseadas na renda.
No entanto, Faustão poderia tentar realizar o procedimento no exterior. Enquanto em São Paulo a espera vai de 12 a 18 meses, nos Estados Unidos o tempo cai para sete meses. Para isso, porém, o apresentador teria que pagar um valor alto: R$ 8,1 milhões.
Nos Estados Unidos, um candidato para transplante de coração espera, em média, 213 dias — cerca de sete meses — na fila de espera pelo órgão. As informações são do relatório “Transplantes de órgãos e tecidos nos EUA em 2020: estimativas de custos, discussão e questões emergentes”, feito pela empresa Milliman em janeiro de 2020.
Em 2020, inclusive, o custo médio de um transplante cardíaco no país era de US$ 1.664.800 (aproximadamente R$ 8,1 milhões), ainda segundo o estudo. O valor inclui cuidados médicos pré e pós-transplante, despesas hospitalares e honorários médicos, aquisição de órgãos, taxas e medicamentos.
A aquisição de órgãos não significa a compra deles. No país, a UNOS (sigla para Rede Unida para Compartilhamento de Órgãos, em tradução livre), é uma entidade sem fins lucrativos que organiza a procura e distribuição dos órgãos no país. Ela é contratada pelo governo federal e subdividida em 11 regiões. Segundo o médico José Pedro da Silva, cirurgião cardiovascular, atualmente trabalham 95 funcionários e 500 voluntários na organização.
A cobertura dos planos de saúde norte-americanos para transplantes cardíacos varia muito. Sendo assim, o paciente é responsável por todos os custos que uma seguradora não cobre.
Como funcionam os transplantes nos Estados Unidos?
Pacientes de outros países podem viajar para os Estados Unidos para receber transplantes de órgãos e tecidos, segundo a UNOS. Uma vez aceitos por um hospital de transplante, os pacientes internacionais recebem órgãos com base nas mesmas políticas dos cidadãos norte-americanos.