Advogada da família de criança que perdeu a vida em cânion se manifesta com um pedido

Na tarde desta sexta-feira (11), a família da pequena Bianca Bernardon Zanella, de apenas 11 anos, chegou de volta a Curitiba. A menina, que perdeu a vida num acidente trágico no mirante do cânion Fortaleza, em Cambará do Sul, na serra gaúcha, era natural da capital paranaense. O avião trazendo os pais e os dois irmãos mais novos aterrissou por volta das 19h no Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba.

O corpo de Bianca, por sua vez, está sendo transportado separadamente, em outra aeronave cedida pelo Governo do Paraná. Segundo informações repassadas, o voo com o caixão deve decolar ainda na noite desta sexta, por volta das 22h. O velório da menina está previsto para acontecer neste sábado (12), a partir das 9h da manhã, em cerimônia restrita à família e amigos próximos.

Um passeio que terminou em tragédia

Bianca e seus familiares estavam aproveitando um passeio nas paisagens naturais da região sul do país. O cânion Fortaleza, localizado dentro do Parque Nacional da Serra Geral, é um dos pontos turísticos mais visitados do Rio Grande do Sul. A paisagem impressiona, mas também exige cuidados – e infelizmente, naquele dia, faltaram proteções no local exato da tragédia.

De acordo com o Corpo de Bombeiros gaúcho, tudo aconteceu de forma muito rápida. A família caminhava em direção a um banco de observação no mirante. Durante o trajeto, a menina correu — algo comum em crianças, ainda mais num ambiente aberto e aparentemente seguro. O pai tentou segui-la, mas não conseguiu alcançá-la a tempo. Ela acabou caindo de uma altura de aproximadamente 70 metros. Um detalhe que chamou a atenção é que naquele ponto não há qualquer tipo de barreira ou cerca de proteção. Algo que, para muitos, poderia ter evitado a fatalidade.

Buscas intensas e resgate delicado

A operação de busca começou imediatamente após o acidente ser comunicado. O uso de um drone foi fundamental para localizar o corpo de Bianca, que só foi encontrado por volta das 17h30, no fundo de uma área de difícil acesso. As equipes de resgate usaram técnicas de rapel e cordas para chegar até o local. O trabalho se estendeu até por volta das 23h, quando foi confirmada a morte da menina.

Foram cerca de dez horas entre a queda e a chegada das equipes ao corpo. A ausência de luz e o terreno acidentado dificultaram muito o trabalho dos bombeiros, que ainda estavam visivelmente abalados com o desfecho.

Silêncio e luto da família

Quem representa a família é a advogada Carolina do Rocio dos Santos. Em conversa com a equipe da RPC, afiliada da Globo no Paraná, ela disse que os pais optaram por não se pronunciar neste momento, por estarem abalados e focados em cuidar do emocional dos filhos mais novos. Carolina ressaltou que Bianca era autista, com diagnóstico de TEA (Transtorno do Espectro Autista) nível 2 a 3, o que exige cuidados e atenção diferenciados no dia a dia.

Por ora, o silêncio da família fala mais alto que qualquer palavra. A dor, imensa, é dividida com toda uma comunidade que se comoveu com o ocorrido. Desde a noite de sexta, milhares de mensagens têm circulado nas redes sociais expressando pesar e solidariedade. Muitos também levantam o debate sobre a falta de infraestrutura em pontos turísticos que recebem visitantes diariamente, mas não oferecem segurança básica.

Infelizmente, o nome de Bianca entra para uma estatística que ninguém quer ver crescer: a de acidentes fatais em locais turísticos sem proteção adequada.

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