A trágica morte da empresária Viviane Lira Monte, de 24 anos, trouxe à tona uma discussão sobre os riscos associados a múltiplas cirurgias plásticas realizadas de forma simultânea. Viviane faleceu após passar por seis procedimentos cirúrgicos em Sobral, no Ceará, a 243 quilômetros de Fortaleza. Segundo familiares, ela enfrentou complicações após as cirurgias, que ocorreram no dia 31 de agosto. Após uma breve recuperação inicial, seu estado de saúde piorou, levando-a à internação e, eventualmente, à morte no dia 26 de setembro, um dia antes de completar 25 anos.
Viviane ficou mais de 20 dias internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) antes de falecer. A situação da jovem empresária, que estava em busca de mudanças estéticas significativas, despertou questionamentos sobre a segurança de realizar múltiplos procedimentos cirúrgicos ao mesmo tempo. Sua morte gerou grande comoção, não apenas entre seus familiares e amigos, mas também na sociedade como um todo, que passou a discutir a responsabilidade dos profissionais de saúde e os limites dos procedimentos estéticos.
A família da jovem empresária denuncia possível negligência médica. Segundo eles, Viviane havia consultado outros médicos antes de optar pelo profissional que realizou as cirurgias, e todos os anteriores haviam se recusado a fazer os seis procedimentos de forma simultânea, citando os riscos envolvidos. No entanto, o médico que a atendeu em Sobral aceitou realizar todas as cirurgias de uma vez só. Essas operações incluíram lipoaspiração no abdômen, braços, costas e pescoço, além de mamoplastia redutora e lipoenxertia glútea, um total de seis procedimentos invasivos.
Após as cirurgias, Viviane recebeu alta médica no dia seguinte, em 1º de setembro. No entanto, ao chegar em casa, ela começou a sentir dores intensas e a passar mal. Incapaz de urinar, Viviane entrou em contato com o médico responsável, que já havia deixado Sobral, e foi orientada a procurar uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Na UPA, seu estado de saúde continuou a se deteriorar, forçando sua transferência para uma UTI. Durante sua internação, ela sofreu uma parada cardíaca, mas foi reanimada. Infelizmente, sua condição continuou a piorar, levando à necessidade de transfusões de sangue e, posteriormente, ao surgimento de uma infecção bacteriana e fúngica, complicações que contribuíram para seu falecimento.
A Secretaria de Segurança Pública do Ceará iniciou uma investigação para apurar as circunstâncias do caso. A identidade do médico responsável pelas cirurgias não foi revelada até o momento. A família e amigos de Viviane expressaram sua indignação e afirmaram que desconhecem os detalhes sobre o que foi acordado entre a jovem e o profissional de saúde. Eles questionam qual foi a promessa feita à empresária, que a teria levado a se submeter a tantos procedimentos arriscados de uma só vez.
Esse caso destaca a importância de discutir os limites da cirurgia estética e a ética profissional envolvida nesses procedimentos. A busca por padrões estéticos muitas vezes coloca os pacientes em situações de risco, especialmente quando se opta por intervenções cirúrgicas múltiplas em um curto espaço de tempo. Especialistas alertam que, embora seja possível realizar mais de uma cirurgia plástica ao mesmo tempo, é crucial que os riscos sejam claramente discutidos entre médico e paciente, e que decisões sejam tomadas com base em uma avaliação rigorosa da saúde e capacidade de recuperação do paciente.
Viviane foi velada e sepultada no Cemitério Jardim Eterno, no mesmo dia de sua morte. Sua partida prematura serve como um alerta sobre a necessidade de regulamentação mais rígida no campo das cirurgias plásticas e de uma maior conscientização sobre os riscos envolvidos em procedimentos estéticos. Além disso, sua história revela a dor e o sofrimento que essas decisões podem trazer às famílias, que muitas vezes se veem impotentes diante das consequências trágicas.